Pular para o conteúdo principal

Mairodade penal: reduzir não resolve

Um problema que assola diariamente cidadãos de bem no nosso país tem sido a violência. O crescimento da população e a ineficácia do estado em combater o crime torna cada vez mais evidente  a urgência em resolver esse problema. Só que a solução não é tão simples quanto se imagina. Tão pouco passa por reduzir a maioridade penal dos nossos adolescentes.

 

Mas o povo clama por uma solução urgente

 
É difícil compreender que a redução da maioridade penal não vai resolver nada. Por que a mídia tem abordado esse tema de uma forma para que o cidadão comum não compreenda quais são as verdadeiras causas do agravamento deste problema. E, enquanto isso, ela mostra todo dia que está intensificando-se os casos em que menores cometem crimes. Por outro lado criminosos adultos aproveitam-se da brecha no sistema para ficarem impunes coagindo menores para assumirem crimes que eles, os adultos, cometem. Diante disso tudo vemos o sistema tonando-se um verdadeiro caos. Pois a polícia executa um trabalho que não tem outro nome a não ser "enxugar gelo".
 

As verdadeiras causas do problemas

 
Reduzir a maioridade penal não é solução por que não vai direto a causa do problema. É como se você quisesse derrubar um árvore cortando apenas as folhas. O problema da violência no nosso país tem causas bem mais profundas. O crescimento da violência é o resultado do abandono do estado e da falta de meios para lidar com esse problema, a completa falta de estrutura, o descaso em cuidar da educação, a corrupção dos governantes e a ineficiência das polícias em prestar um serviço digno e de qualidade para a população. O crescimento do uso de drogas e a falta de combate aos traficantes tem contribuído de maneira brutal para agravar o quadro. Quase todos os crimes que ocorrem com o uso de violência possuem como motivação o uso de drogas. Desde os homicídios por acerto de contas até o simples assalto motivado para conseguir dinheiro para consumo de entorpecentes.

 

A falta de estrutura do estado

Não é preciso aprofundar o debate para percebermos que a impunidade não é exclusividade dos menores. Basta observarmos que apenas 8% dos casos de homicídios, no Brasil, são esclarecidos. Enquanto isso as fugas nos sistema prisional, que já não suporta mais ninguém de tão lotado, são constantes. A lentidão do sistema judiciário também tem sua parcela de contribuição para a impunidade. Ou seja, há problemas por todos os lados no sistema de segurança pública. Os menores não podem pagar essa conta sozinhos.
 

A diferença entre a prática e a teoria

Muitos dos que são a favor da redução nunca leram sequer uma linha do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Pois se lessem saberiam que o estatuto não é para promover a impunidade. E que o mesmo baseia-se na promoção da família, educação para vida familiar, orientação e apoio sócio-familiar e a proteção dos membros mais vulneráveis da família. É para estabelecer mecanismos que promovam esses pilares que existe o ECA. No entanto o que observamos na prática é que pela falta de condições do estado o estatuto não é posto em prática.

 

O que deve ser feito para reduzir a violência

É bom que fique claro que não existem soluções mágicas. Nem tão pouco deve ser tomada apenas uma medida. Uma série de problemas exige uma série de soluções. Mas a curto prazo só o combate intenso ao tráfico geraria grandes resultados. Também é bom lembrar que o problema do tráfico é mundial. O que torna mais difícil o combate, mas não impossível. Por em prática as leis que já temos como o ECA seria um passo importante. A longo prazo uma educação que afaste a juventude das drogas  seria bem mais eficaz que o investimento em repreensão. Visto que a educação traria mais resultados positivos e mais avanço na cultura do país, afastando os jovens das drogas.
 

Investimento em segurança

Outra coisa fundamental para combater a violência seria recuperar a infraestrutura da polícia. O policial é quem mais sente na pele o abandono do estado. Além de amargar um salário ridículo sofre pela falta de condições de trabalho. A má formação dos policiais no Brasil é evidente. Todos os dias são noticiados casos de tortura e de falta de preparo de policiais. O que podemos observar é que apesar da boa vontade da maioria dos policiais as coisas não andam. A separação entre polícia militar e civil é uma lástima. Pois é pela inversão dos papeis das polícias que ocorrem mais crimes. O que podemos perceber é a polícia tentando resolver crimes na marra  e cometendo outros crimes, por causa da inversão dos papeis.  A polícia militar é pra ser ostensiva e cabe a polícia civil investigar os casos. Não pretendo aprofundar neste tema, já que aqui o assunto é outro.
 
Uma mudança na mentalidade e na cultura do país traria os resultados que todos esperam. As pessoas saem de casa para trabalhar com medo, trabalham em seus empregos com medo, voltam para casa com medo e esquecem o medo no dia de votar. Pois elegem políticos poucos compromissados com  causas populares como a segurança pública.  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Policiais salvam bebê abandonado em saco plástico

Os Policiais Militares Diego Santo Braz da Silva e Ezequiel Pereira dos Santos do 9° BPM-ES (Guarapari-ES) se emocionaram ao ajudar um catador de materiais recicláveis no salvamento de um bebê abandonado. Os policiais realizavam uma ronda rotineira de bike, próximo a praia do morro quando avistaram na Rua Ipanema o trabalhador Ângelo Marcio Gonçalves de Souza completamente apavorado ao ter encontrado uma recém nascida abandonada dentro de um saco plástico totalmente suja e enrolada em alguns panos que dificultavam a sua respiração. Os policiais não hesitaram e na mesma hora ajudaram a encaminhar a recém nascida para o Hospital São Pedro, localizado no mesmo município. Em contato feito com os policiais, o Sd Ezequiel afirmou que ambos se emocionaram ao ver um ser tão frágil e sem proteção daquele jeito como ela estava: abandonada dentro de uma sacola, como se fosse lixo. Já o Sd Bráz disse que estavam na hora certa e no lugar certo e que jamais vão esquecer o momento em que socorr

Como saber se o Whisky é falso

Saiba como identificar se o whisky é falso ou original. Evitando assim problemas no dia seguinte a bebedeira. Não tem nada pior do que você acordar no outro dia para ir trabalhar e está com uma tremenda ressaca. E não existe ressaca pior do que a de whisky falsificado. A ressaca do whisky falsificado é pior do que a de outras bebidas por que além do álcool, que já é inerente às bebidas alcoólicas, são misturadas um monte de porcarias para baratear o custo da bebida e aumentar os lucros decorrentes da venda do produto falsificado.   Há uma lista enorme e muitas especulações do que se coloca nessas bebidas. Uma coisa podemos afirmar, verdadeiramente, sobre o assunto. Nada do que os falsificadores colocam contribui para o bem estar de quem tomou a bebida, no dia seguinte.   Há várias maneiras de descobrir se um whisky é falso. Para mim, que sou leigo no assunto e estou descobrindo mais informações apenas por decidi escrever sobre isto, não existe maneira mais fácil do que a ve

Gírias do policial militar

Uma homenagem a todos os policiais militares do Rio Grande do Norte. Na caserna temos a oportunidade de aprender muitas gírias. Algumas delas são inerentes a todas as forças, outras são exclusividades apenas da marinha, ou do exército, ou de alguma outra força. Confira agora as gírias que fazem parte do dia-dia do policial militar Policial militar Não come... Pega o “L” Não tem tarefa... Tem missão Não some... Vira gás Não estuda... Queima pestana Não está na lista... Está na rela Não tem amigo... Tem Campanha Não tem amante... Tem 02 Não é burro... É apagado Não fala presente... Fala “Hop” Não volta atrás... Dá ultima forma, ou melhor, dá “QTA” no “QTC” Não é esperto... É safo Não se esconde... Escama Não dorme... Tora Não adoece... Baixa Não entra... Avança Não relaxa... Acoxambra Não vai embora... Segui destino Não fica de boa... Relaxa a posição Não pedi licença... Pedi permissão Não se protege... Fica coberto e abrigado Não vai ao banheiro... Atende Q