Pelé está no meio de nós. Às vésperas da Copa do Mundo, o Rei do Futebol desceu do trono aos 73 anos para estrelar inúmeras campanhas publicitárias e fazer dinheiro a partir de seu prestígio.
Você já deve ter notado que ele está em todo lugar. Há duas semanas, anunciou em Santos uma parceria com a Unicef evocando outra vez seu famoso discurso de 1969 em favor das criancinhas do Brasil.
Três dias depois estava em Miami posando com relógio de luxo Hublot ao lado do artista colorido Romero Britto. De volta a São Paulo, lançou seu livro de memórias sobre as cinco Copas que disputou, lançado oportunamente... um mês antes da Copa.
Na quinta-feira, estava na avenida Paulista assinando um orelhão da Vivo decorado com o desenho de seu rosto.
Nesse ano, Pelé também já associou sua imagem aos sanduíches da Subway, aos carros da Volkswagen, aos serviços bancários do Santander, aos aviões da Emirates, às bebidas da Coca Cola e aos supermercados Carrefour. Também cedeu fios do próprio cabelo para a produção de diamantes vendidos a até R$ 100 mil.
Ele se prepara agora para fechar contrato com a fabricante de material esportivo Puma e com uma produtora de cinema que deve lançar um filme sobre a infância de Edson Arantes do Nascimento.
"Eu tenho estado bastante ocupado ultimamente", disse Pelé em Miami no meio de sua maratona publicitária.
"Ele sempre fez dinheiro", disse Paul Kimsley, sócio na empresa que agencia os contratos do astro, em recente entrevista ao Wall Street Journal. "Mas ele nunca recebeu o que merecia dado que é uma das pessoas mais famosas do mundo."
Em março, o site Máquina do Esporte, parceiro do UOL, informou que a empresa de Pelé pretende faturar até R$ 58 milhões só em 2014 com seus contratos publicitários. A Copa do Mundo no país turbinou os ganhos do ex-jogador.
Mas se a figura de Pelé tem sido muito atraente para as marcas, sua imagem pública parece ter sofrido arranhões por causa de suas declarações críticas aos protestos que tomaram o país antes da Copa das Confederações no ano passado.
Nas entrevistas que concede, mesmo quando não é questionado sobre o assunto, o ex-jogador tem botado panos quentes na expectativa de mais manifestações durante a Copa. Para ele, os brasileiros devem protestar, sim, mas só após o Mundial, para "não estragar a festa".
Na quinta, enquanto ele inaugurava o orelhão em sua homenagem e fingia estar falando pelo telefone com Neymar e Felipão, cerca de 200 pessoas protestavam a dez metros dali contra ações de despejo da periferia de São Paulo.
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