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Entrevista Robério Paulino – candidato a prefeito

Candidato a prefeito de Natal pelo PSOL, o professor Robério Paulino se coloca como único candidato diferente das
“forças políticas conservadoras” nesta eleição. Ele disse, em entrevista a’O Poti/Diário de Natal, que o PT não representa mais a esquerda. Segundo Robério, o partido, que tem como candidato a prefeito o deputado estadual Fernando Mineiro, virou a sombra das oligarquias do Rio Grande do Norte. Paulino lembrou que a sigla fez parte das gestões do ex-prefeito Carlos Eduardo (PDT) e da ex-governadora Wilma de Faria (PSB). Robério criticou o ex-prefeito. Segundo ele, o pedetista tem sua parcela de responsabilidade pelos problemas que Natal enfrenta hoje. Confira a entrevista:

Por que o senhor decidiu se candidatar a prefeito de Natal?

Foi um convite. O PSOL me fez este convite desde o ano passado. Parte da população de Natal tem certo preconceito com a esquerda, mas quero dizer que a esquerda também aprende, também se recicla, também se renova. Existem duas cidades do Natal. Existe a cidade do cartão postal, que é a cidade bonita. Mas, há a cidade real, que é um caos completo na saúde, um sofrimento total da população, principalmente das mulheres trabalhadoras ao levarem os filhos no hospital, ao colocarem suas crianças nas escolas, onde faltam professores. Não achamos que nenhum desses candidatos que estão aí vão dar resposta à população. O ex-prefeito Carlos Eduardo é do grupo que está no poder há mais de 20 anos, que é o grupo da ex-governadora Wilma de Faria, que depois colocou Aldo Tinoco, depois veio Wilma com Carlos Eduardo como vice, depois veio a prefeita Micarla de Sousa (PV), que foi vice dele. A população está cansada dessa sucessão de famílias, de oligarquias. Nós precisávamos apresentar uma alternativa para a cidade. Então, aceitei o convite pensando nisso, em apresentar uma alternativa real, factível, bem diferente dessas famílias.
O ex-prefeito Carlos Eduardo se coloca como candidato de esquerda. Tem a experiência de dois mandatos.
Experiência como a do senhor Carlos Eduardo eu não quero não. Milhares de pessoas com receita na mão, doentes com diabetes, hipertensão. Ele perdeu oito milhões de medicamentos. É um gestor absolutamente incompetente. Se ele quiser – eu sou doutor – faço o cursinho pra ele, ensinando como gerir uma cidade. Isso não se faz. Quantas milhares de pessoas foram ao hospital doentes porque não receberam os remédios. Minhas experiência é diferente. É de luta nas ruas contra a ditadura, nas manifestações, nas diretas já, lutando por melhores serviços, com sensibilidade nas questões sociais.
Mas, os outros candidatos, assim como o senhor, disputam a prefeitura pela primeira vez. Qual o seu diferencial comparado a eles?



Sou o único com doutorado entre os concorrentes, mas não é só por isso que me considero o mais preparado. Considero porque tenho ligação com os movimentos populares, com a população. Todos esses candidatos têm alguma forma de rabo preso com as grandes empresas, que parasitam e privatizam o serviço público de Natal.
Como funcionam essas ligações?


Todos falam da corrupção, mas a corrupção está nesta campanha, por meio do financiamento privado das campanhas. Quem paga a banda, escolhe a música. Todos os candidatos estão aceitando o financiamento das empresas. Quando chegarem ao poder vão governar para o povo ou para as empresas que financiaram as campanhas? Quem paga a banda escolhe a música. Não aceitamos esse financiamento. O PSOL defende que deveria haver financiamento público de campanha, com o mesmo valor dividido para todos os candidatos de forma igualitária, como é no Japão, para que não haja depois a corrupção. O que existe hoje é a corrupção legalizada. Essa coisa que chamam de festa da democracia. Centenas de carros de som perturbando nosso sossego, pessoas segurando bandeiras sem saber porquê, para ganhar R$ 15. Isso não é festa da democracia. Isso é o circo da democracia. Esse tipo de coisa nós não queremos. Esse tipo de coisa, de lotear a prefeitura, fez o Carlos Eduardo, fez a dona Wilma de Faria, fez o partido do Hermano Morais e lamentavelmente o PT, que se rendeu a isso. Eles são acostumados a lotear a máquina pública. Nós vamos acabar com isso. Queremos que todos que estudam para concurso tenham a mesma oportunidade. Chega de nomear para a máquina pública por meio do “QI”, quem indica. Nós queremos profissionalizar, despartidarizar a gestão, acabar com essa politicagem. Eu sou professor no Departamento de Políticas Públicas. Nossa missão é profissionalizar o funcionamento da máquina.

Como se dará o financiamento da sua campanha? Com quais recursos o senhor vai para as ruas?
Com milhares de jovens que estão apoiando nossa candidatura sem ganhar um real, por ideal. Já estamos vendo nas redes sociais muitos jovens apoiando nossa candidatura. Estou em terceiro lugar nas redes sociais, ao contrário das pesquisas mentirosas. Estão milhares de jovens participando. Agora eu pergunto que gestor é esse que paga R$15 por dia, para pessoas carentes segurarem bandeira sem saber porquê está segurando essa bandeira?
Mas como o senhor pretende custear os gastos de campanha?
Vamos receber doações de pessoas físicas. Não aceitaremos financiamento das empresas. Nossa campanha será modesta, baseada em ideias. No Japão não tem isso de papel, carro de som. Tem o mesmo espaço, o mesmo dinheiro. Tem um site com todas as ideias. Não uma campanha baseada na grana, enganação, dinheiro para comprar o voto. Esse dinheiro que os empresários investem nas campanhas é cobrado mais na frente.
Como o senhor pretende superar essas grandes estruturas?

Apelando para a movimentação social, apelando para a juventude, para a consciência das pessoas. Que o natalense não alimente esse ciclo vicioso de loteamentoda máquina pública. Todo mundo é contra isso. Mas, lamentavelmente, as pessoas esquecem e acabam contribuindo para isso com o voto.
Se eleito, qual a primeira providência que o senhor tomará na prefeitura?
A desprivatização geral da máquina pública, para tapar todos os ralos daqueles que se aproveitam da máquina pública para desviar os recursos. A Operação Assepsia mostrou que a privatização da saúde gera fraude, corrupção, uma saúde muito mais fraca. Eles quebram a saúde pública, sucateiam e fazem uma coisa um pouquinho melhor para dizer que o privado é bom, obrigando o cidadão a fazer convênio, mas quando necessita-se do exame mais caro o convênio não dá. Na Europa, toda a saúde é pública. É boa. Não é porque é privado que é bom e o público é ruim. Precisamos mudar essa mentalidade. É preciso tapar todos os ralos, redirecionar o orçamento para tratar bem as pessoas.
O senhor é contra qualquer contrato da prefeitura com as privadas?



Não sou contra. Acho que não podemos reincidir de muitas empresas que prestam serviço à prefeitura. A prefeitura não pode produzir todos aqueles serviços que são prestados. Vamos pagar. Vamos honrar os contratos e pagar em dia. O que somos contra é privatizar questões que são essenciais, como a saúde. Vamos resgatar o espírito da saúde pública que foi colocado na Constituição, que está sendo desrespeitado. A saúde precisa ser boa. Agora, serviços que a prefeitura precisa contratar vamos fazer, mas com uma diferença: faremos pregão eletrônico para evitar a corrupção. As licitações ocorrerão pelo site em tempo real. Não haverá mais nada por meio de envelopes, para haver acordo entre as empresas para roubar a máquina pública. Hoje existe um acordo entre empresas para concorrer, onde o menor preço já é superfaturado. Isso acontece de montão.
Em relação à estrutura administrativa, de secretarias e cargos comissionados, o senhor pretende fazer alguma modificação?

Nós vamos revisar tudo isso. Se chegarmos à prefeitura e temos a confiança que vamos chegar, vamos cortar 90% dos cargos comissionados. Uma cidade que tem praticamente 60% da população vivendo com salário mínimo e um juiz ganhando R$ 103 mil, é um escândalo, uma ofensa. Isso está errado. Não é em nível municipal, mas está errado. O dinheiro público tem que ser usado a favor dos mais carentes. Vamos redirecionar, tapar os ralos, enxugar a máquina pública onde tiver que enxugar. Vamos fazer concurso público para equipar a súde e as demais áreas deficientes. Existe dinheiro, está sendo desviado.
É possível cortar 90% dos cargos comissionados? A estrutura não ficaria prejudicada?

Não. Nós vamos fazer concursos. No concurso as pessoas vão entrar com mérito e não por quem indica. Os partidos quando chegam ao poder loteiam a máquina entre aliados, para ter apoio na Câmara. Tantos cargos para um vereador, tantos para outros. Enquanto isso, as pessoas que se matamde estudar para entrar não têm espaço.
Para administrar, existe o fator “governabilidade”, que é a maioria no legislativo. Geralmente, essa maioria é construída por meio dessas alianças políticas, onde os aliados ganham espaços na administração. Como o senhor pretende administrar sem essa governabilidade?
Essa é a lógica que justifica a corrupção, o loteamento da máquina. Não vamos entrar nessa lógica. Nós vamos pressionar a Câmara por meio do povo. Vamos levar o povo para a Câmara. Vamos chamar a cidade para participar. Vamos chamar as associações de bairro, os conselhos, os sindicatos. Vamos governar com esses. Tenho certeza que os vereadores vão nos escutar, pois se não nos escutarem e boicotarem a gestão na próxima eleição não se elege um, porque a população vai perceber isso. Vamos nos mobilizar. Nossa gestão será baseada em dois pilares: a mobilização popular e junção do que há de melhor em capacidade administrativa nessa cidade, nas universidades. Existem muitos bons planos que não são implantadospor esse sistema, essa troca de favores, essa governabilidade. Temos que quebrar essas estruturas de poder.
Além do senhor, os candidatos Roberto Lopes (PCB) e Fernando Mineiro (PT) também possuem ligação com a esquerda. Os três têm penetração nos movimentos sindicais, conselhos e demais entidades voltadas para esta linha ideológica. Há uma campanha paralela entre os três nesses setores da sociedade?
Eu acho que sim. Esses candidatos mais de esquerda vão disputar. Mas, quero deixar claro que tenho muito respeito pelo deputado Fernando Mineiro. No entanto, não consideramos o PT um partido de esquerda. O PT se misturou com toda essa política suja que está aí. O PT é a sombra das oligarquias do estado. O PT não tem mais capacidade de transformação da sociedade, nem no estado nem na cidade. O PT aceita financiamento privado de campanha, aceita financiamento de grandes empresas. O PT se abraça com Maluf. O PT na última eleição dizia Wilma e Lula, Lula é Wilma. Lembram? Nós não queremos nada disso. Não nosmisturamos com essa coisa. Do jeito que o PT fez, pode mudar na superfície, mas não muda essa desigualdade social em que o Brasil vive. Não muda essa política suja, se adequa a ela. Não vamos fazer isso para conseguir governabilidade, como o PT fez. Nosso método é o da mobilização social. Não vamos nos render a isso. Nossa gestão não será só de enfrentamento. Tenhos sonhos factíveis para realizar. Achamos que é possível uma cidade melhor, com saúde, educação de qualidade. É possível sanear. Natal hoje é uma cidade de fezes, com fossas contaminando o lençol freático.
Os municípios brasileiros dependem muito de convênios para realizar suas obras, principalmente na área de infraestrutura. Como o senhor pretende fazer para administrar em um partido adversário do governo estadual e do federal, comandados pelos grupos que o senhor combate?
Vamos nos relacionar, para ir atrás de recursos, mas não vamos nos render a eles. Quem disse que para conseguir recursos precisa se render?. Se o governo federal não nos der recursos, vamos denunciar. O PSOL provavelmente vai ganhar a prefeitura de Belém. Vai para o segundo turno no Rio de Janeiro. Estamos em segundo lugar em Fortaleza. Há possibilidade de o PSOL chegar a duas ou três prefeituras. Nós vamos pra cima. Não vamos aceitar nos dobrar a eles por causa dos recursos. Se nos isolarem, vamos denunciar. Teremos uma relação cordial. O dinheiro não é da Dilma Rousseff. É do povo. Dinheiro da carga tributária. Vamos lutar pelo aumento do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Se nos prejudicarem, vamos denunciar ao país inteiro. A distribuição do bolo tributário tem que ser igual. Vamos nos relacionar com todos, independente de partidos, para lutar por uma redistribuição do bolo tributário, pois os municípios no Brasil recebem muito pouco. Tenho certeza de que vamos encontrar muitos aliados, sem ter que ceder para trazer dinheiro. Achamos que o principal desafio dos municípios é aumentar suas receitas próprias, para não depender das receitas dos repasses, que estãoem lei. Eles não podem cortar as transferências.
Mas existem outros tipos de repasses, como as verbas conseguidas para as obras de infraestrutura, convênios nos ministérios e liberação de emendas parlamentares ao Orçamento geral da União. Os Projetos são contemplados por editais. Hoje, nossa cidade perde muitos editais por não saber fazer um projeto. Vamos inscrever muitos projetos e disputar os editais. Isso sem nos render a eles. A prefeita Micarla de Sousa reclama de boicote político. Ela é de um partido novo também. O senhor não teme passar pelo mesmo problema?

Não. A questão da prefeita foram problemas da gestão. Não acho que tenha sido boicote na gestão atual. Mas faltou competência. Mas é injusto, desonesto culpá-la pela situação em que Natal se encontra hoje. O ex-prefeito Carlos Eduardo tem sua responsabilidade. O grupo dele está no poder há 20 anos. Carlos Eduardo foi vice de Wilma, depois de Aldo Tinoco, que tinha sido colocado por ela. Depois, Carlos Eduardo trouxe Micarla. É o mesmo grupo.Agora, vêm jogar a responsabilidade toda sobre ela? Não. É deles também.

Na visão do senhor, qual o principal gargalo que a cidade tem hoje?
Hoje, de imediato, eu diria a saúde e a educação pública. Queremos tratar muito da mobilidade urbana, do transporte também. Mas vamos dar uma atenção especial à saúde do povo. É um sofrimento muito grande. A saúde está um caos. As pessoas chegam, passam três horas no posto e não são atendidas. Vão buscar o medicamento e não encontram. A saúde, para nós, será uma prioridade. Vamos desprivatizar a saúde, reequipar todos os postos, resgatar o espírito do SUS, colocar uma central médica nos postos de saúde, que estão um caos.

O senhor focará seu programa eleitoral somente nas suas propostas ou vai fazer uma comparação com os adversários?

Vamos comparar. Vamos ser a única alternativa diferente dessa velha política. Espero que a população entenda isso. É difícil ser de esquerda, de um partido novo, mas a população está a cada dia entendendo. O PSOL está em segundo no Riode Janeiro e em Fortaleza. Está em primeiro lugar no Belém. Se no Rio pode, Fortaleza pode, Belém pode, então Natal também pode mudar.


O PSOL já chegou a alguma prefeitura?

Não. Estamos perto agora. O PSOL é um partido muito novo. Temos só seis anos. O PT, no começo, também demorou muito a chegar. Mas o PSOL está chegando. A população está cansada dessa velha politicagem. Quer algo novo.
Diferente do PSTU, o PSOL já foi criado com representação no Congresso Nacional e em várias casas legislativas. Enquanto o PSTU diz que não acredita no atual sistema e usa as eleições pra divulgar suas ideias “revolucionárias”, o PSOL tem trabalhado para eleger representantes. Como seria um governo socialista numa conjuntura capitalista?

Não vamos implantar um modelo socialista na prefeitura. Sabemos que vivemos num modelo capitalista. O que dizemos é que, no que for possível e com a força da mobilização social, vamos lutar para redirecionar o orçamento da cidade para as questões que a população mais pobre precisa. Atéo PSTU também pensa assim, tanto é que está apostando na eleição da professora Amanda Gurgel. É muito provável que ela seja eleita. Talvez seja uma das mais votada de Natal.

Dessa vez, o PSOL acredita que fará uma bancada na Câmara?
A Frente Ampla tem o objetivo de apresentar proposta para a cidade, mas também de eleger representantes para a Câmara. Chegamos com uma chapa muito forte, que tem Sandro Pimentel, do Sindicato dos Servidores federais. Tem a professora Amanda Gurgel, conhecida nacionalmente como todo mundo sabe. O Santino Arruda é líder no Sindicato dos Servidores da Administração Indireta. O Marco Antônio na Petrobras. Tem Marcelo e Barbosinha na saúde. Muita gente boa.

Qual a perspectiva que o PSOL tem hoje para o coeficiente eleitoral?
Trabalhamos para ultrapassar esse coeficiente. Podemos eleger um ou dois ou até mais. Vai depender de a população nos ouvir. A campanha está começando. Seremos o grande diferencial desta eleição. Os outros candidatos fazem parte da mesma política. O PMDB, de Hermano Morais, representa a conveniência, o troca-troca de favor, o loteamento de cargos. Essa é a política conservadora.

O senhor trará lideranças nacionais para fortalecer seu palanque?
Sim. Vamos trazer o Plínio de Arruda Sampaio, provavelmente a Heloísa Helena. Vamos trazer pessoas aqui para nos ajudar. Também o Jean Wylles

O PSOL tem um trabalho em defesa das minorias. O senhor também levanta essa bandeira?
Sim. Faremos uma campanha institucional contra o machismo, a homofobia, o racismo. Temos uma cidade muito bruta, preconceituosa. Natal está mudando, com as pessoas saindo da escola. Mas ainda existe muito preconceito. Há racismo dissimulado. A cor da cidade muda de acordo com a região. Há uma segregação social que coincide com a segregação espacial. Queremos incluir essa gente.

Como pretende chegar a essas classes mais pobres, que não conhecem o senhor, possuem pouco grau de informação e, em alguns casos, costumam aceitar benesses em troca do voto?
Eu sei que é difícil. Mesmo que tivéssemos dinheiro o suficiente, não usaríamos para comprar cabos eleitorais, como os partidos vão fazer. Eu nunca pagaria R$ 15 a uma pessoa para passar o dia com uma bandeira. Para mim, o candidato que faz isso já está mostrando quem é. Não tem nenhum princípio. Uma pessoa que pega alguém carente, que está passando fome, para dar R$ 15 para segurar uma bandeira já mostra quem é. Não vamos fazer isso. Teremos apoios que eles não têm. Temos apoios de 15 sindicatos de trabalhadores nos apoiando por ideologia. Estou indo a dezenas de reuniões. Estou visitando o comércio do Alecrim. Vou conversar pessoalmente com 30 mil pessoas, nesta campanha. Não vamos pagar cabo eleitoral. Estamos plantando a semente de uma outra política. Esperamos ir para o segundo turno, mas, se não formos, nos negamos a fazer essa mesma politicagem para conseguir o voto.

Caso não chegue ao segundo turno, o senhor poderá apoiar outro dos atuais candidatos?

Acho pouco provável. Não vejo nenhum candidato para essa possibilidade. Carlos Eduardo faz parte do grupo que está no poder há 20 anos. Hermano Morais representa o que há de mais antigo na política brasileira, o troca-troca de favor, a conveniência, o fisiologismo. Não é uma questão pessoal. É uma questão política. Rogério Marinho, candidato do PSDB e DEM, representa os partidos mais duros no sistema de privatização do Brasil, do sucateamento do serviço público. E o PT lamentavelmente se misturou com tudo isso. Teve secretarias no governo Carlos Eduardo. Estava junto com o governo Wilma de Faria. O PT virou a sobra dessas oligarquias. Para nós, não é alternativa. Vamos discutir internamente. Mas não vamos recomendar o voto em nenhuma dessas forças. Não concordamos com essas forças políticas.


Fonte: Diário de Natal

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