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A mídia, o poder que coloca em cheque a Democracia e a transformação Politica e Social no Brasil

Tema recorrente, muito se fala sobre a plenitude da democracia no Brasil. Teoricamente praticamos uma democracia plena, pois o cidadão pode trabalhar, tem liberdade de expressar suas ideias, pode votar e ser votado. Mas será que as oportunidades são iguais? Será que podemos considerar que existe isonômia de acesso aos meios de comunicação e em última instância ao poder?


Uma verdadeira democracia pressupõe direitos e deveres iguais para todos. Os poderes constituídos têm a obrigação legal e constitucional de assegurar a todos isonomia de direitos. No entanto, além dos poderes legais constituídos, existem outros, tais como; A mídia e o poder econômico, que interferem e agem despudoradas e indiscriminadamente, hora cerceando os direitos, hora dificultando o acesso ao poder ao cidadão comum.

A mídia escrita, falada e televisada reclama, reage intensa e vigorosamente às mais simples tentativas do governo de impor limites à suas ações, dito por seus proprietários de "Instrumento Democrático" de defesa da liberdade e direitos da maioria. Será?

As múltiplas mídias, entre elas a televisada, são concessões governamentais de serviços públicos. Ou seja, o proprietário detém apenas os direitos de exploração por determinado tempo de um canal de TV e Emissora de radio, os quais têm como objetivo fundamental informar, comunicar e educar o povo de forma imparcial e precisa. No entanto, no Brasil pode-se afirmar que a mídia cumpre esse papel? Pode-se dizer que os meios de comunicações são livres, imparciais e exercem sua missão legal de concessão pública? Pode se dizer, que a imprensa no Brasil defende os legítimos interesses do povo? Pode se afirmar que a imprensa contribui para o fortalecimento da democracia e acesso do cidadão ao poder?

Pesquisa do EPCOM (Instituto de Estudos e Pesquisas em Comunicação), ao cruzar os dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) com a lista de prefeitos, governadores, deputados e senadores de todo o país comprovou que os políticos, principalmente, os de direita¹ são os "donos da mídia" nacional.

Segundo a pesquisa, no total, 271 políticos são sócios, proprietários ou diretores de emissoras de rádio e TV. Este número, porém, corresponde apenas aos políticos que possuem vínculo direto e oficial com os meios de comunicação – não estão contabilizadas as relações informais e indiretas (por meio de parentes e laranjas), que caracterizam boa parte das ligações entre os políticos e os meios de comunicação do país.

Esses fatos externam, o que se expressa não apenas na realidade local ou regional, mas um cenário extensivo ao país inteiro. Uma simples radiografia dos meios de comunicação relativo apenas à capital do estado do RN constata-se essa triste realidade, ou seja, que a poder da mídia em todas suas extensões de fato estão em mãos de meia dúzia de políticos e seus aliados. Só para resumir e exemplificar, no estado do RN; As afiliadas da TV e Radio Globo, assim como o Jornal a Tribuna do Norte pertencem ao clã dos Alves; A afiliada da rede Redord e o Jornal Hoje pertence ao Clã Maia; A afiliada do SBT pertence ao clã Souza, enquanto a afiliada da BAND pertence uma parte ao Clã Melo. Além dessas na capital, se somam dezenas de emissoras de rádios AM e FM espalhadas por vários municipios do interior do estado.

Não é a toa, que enquanto seus proprietários e aliados aparecem milhares de vezes ao ano em suas telinhas de TV, outros pretensos postulantes a carreira política permanecem no ostracismo e são solenemente ignorados e discriminados, quando não ridicularizados e caluniados.

A grande maioria dos jornalistas e repórteres são macumanados e cumpinchas de seus proprietários, além de corporativistas, formando uma espécie de máfia dona da verdade que não admite se quer ser criticada. Assim esses profissionais que deveriam zelar pelos verdadeiros interesses da sociedade, agem como sócios e conforme as vontades de seus patrões, os donos de TV, radio ou jornal, manipulam informações e dados, distorcem fatos e denegrem a imagens de adversários de seu compradio. Sendo esse conjunto de ações com certeza, um fator decisivo para não renovação dos quadros políticos, enfraquecimento a democracia e dificultando sobre maneira o acesso ao poder e de ascensão social do povo.

Quando a liberdade de imprensa se resume à liberdade do dono

O jornalista Mino Carta, diretor de redação de Carta Capital, costuma dizer que o Brasil é o único país do mundo, onde jornalista chama o patrão de colega. Não raro se vê uma grita geral de jornalistas defendendo a liberdade de imprensa e a liberdade expressão. Muitas vezes essa grita vem acompanhada da distorção dos fatos, e de acusações de que o atual governo busca cercear a liberdade de imprensa da mídia. Não são poucos os veículos de comunicação que reproduzem esse discurso falseado – assim como não são poucos os jornalistas que introjetam voluntaria e acriticamente esse discurso (seja por quais motivos forem).

A analise acima e o contexto confirmam, no Brasil não existe de fato uma mídia livre, isenta e imparcial. Na realidade a imprensa no Brasil é um condomínio de poder, a serviço de uma elite civil ou política, que se locupleta desse poderoso instrumento, para facilitar o seu acesso, e se perpetuar no poder e manter assim os privilégios de seus proprietários e aliados.

Na realidade quando a mídia nacional, raivosa e histericamente ataca o governo, por esse tenta impor lhes limites, não estar defendendo um instrumento do povo, de fomento a cidadania, de defesa do bem coletivo, e sim um feudo de poder de uma minoria elitista, arcaica e conservadora, que quer a todo o custo quer manter seu status quo e se perpetuar no poder e governo do pais.

Ou seja, na realidade a mídia no Brasil, salvo rara exceções, é um pseudo instrumento de cidadania, que cerceia o exercício de democracia plena, da igualdade de direitos e discrimina o cidadão comum, limitando-lhes ao mínimo a ascensão sociopolítico.

Salvo rara e isoladas exceções a analise histórico e política da mídia no Brasil, perpassando do império, a republica, da ditadura até os dias atuais, comprova que esse instrumento sempre foi e continua sendo um pseudo instrumento popular e sim um baluarte de poder de uma elite conservadora e dos governos de plantão, que hora perfila direto em suas próprias fileiras, e hora se omite e é conivente, enquanto os legítimos interesses da maioria e do povo trabalhador são atacados.

Assim é hilário ou um escárnio com a população, quando a pseudo mídia do Brasil, se defende corporativamente dos ataques do governo, sempre sob os falsos argumentos de ser um instrumento: de cidadania, defesa da sociedade e bem estar coletivo. E isto ainda é patente quando se pergunta; Onde estava a mídia quando a democracia foi ilegalmente usurpada pelo golpe militar? Onde estar à coragem e a energia da mídia na defesa dos oprimidos, espoliados e miseráveis do país? Em fim em outros governos que lhes eram favoráveis e dos quais obtinham benesses, o povo era pisoteados e humilhados, enquanto essa se fazia de cega.

Portanto que o povo trabalhador e a sociedade brasileira não se iluda com esse pseudo lamento e denuncia de ataque a liberdade de expressão e imposição de censura feita por essa falsa e descompromissada mídia contra o governo. Na realidade trata-se de um duelo de divisão e medição de forças entre grupos dominantes. Na verdade, ainda há um longo caminho a ser percorrido para a mídia no Brasil se tornar um legitimo instrumento de defesa dos interesses do povo e da coletividade.

Para que isso aconteça, essa deve e tem de passar por uma profunda transformação e mudança, desde a concepção de sua propriedade até o seu controle social.

Urge no Brasil, que a sociedade rediscuta o papel da mídia e se implante mecanismos de controle social desse poderoso instrumento, resgatando o seu objeto fundamental e sublime; de defensor da cidadania e do bem estar coletivo, ampliação da democracia e instrumento de propagação educativa e social.


Marcos Antonio F. Da Silva

Bacharel em Ciências Náuticas e ciências Econômicas.

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